domingo, 27 de janeiro de 2008

Infância moderna

Estava vendo a propaganda do Omo e comentando com um amigo sobre o que está acontecendo com a infância das crianças, parece até assunto de velho, mas eu acho bastante pertinente, e foi isso que me despertou para escrever sobre esse tema.

As crianças de hoje estão se tornando robóticas, para tranqüilidade dos pais, elas ficam dentro de casa na frente da televisão, do vídeo game, ou do computador, e as atividades mais simples e essenciais de uma criança são simplesmente descartadas, na maioria das vezes por elas mesmas, é muito mais interessante um super jogo 3D de ultima geração do que brincadeiras “normais” para nós.

Não há mais companheirismo entre elas, o individualismo é notável, cada uma na sua casa, e se quiserem conversar tem MSN ou telefone, é muito melhor conversar com os coleguinhas sem ter eles na sua casa incomodando seus pais. “Para que se reunir para brincar? Tem o Playstation Ultimation Game-Power-Drive 3000, e o jogo é só pra um jogador, então é melhor ficar em casa e não convidar ninguém por que o Playstation é meu, e ninguém mais joga!!!”.

O que o capitalismo está fazendo com elas? Estão se tornando ditadores consumistas mirim, tudo o que vêem na TV tem que ser comprado, eu acho até covardia a lavagem cerebral que a propaganda faz com essas crianças inocentes. Frases comuns: “É meu!”, “Eu quero”, “É aquele da propaganda” entre outras, sem falar em escândalos em shoppings e mercados para comprar o que se quer, pequenos consumidores.

Nas cidades pequenas ainda vemos com mais freqüência crianças brincando nas ruas, mas nas metrópoles é quase uma raridade ver as brincadeiras originais como Bets, queima, pega-pega, esconde-esconde... a violência nos tornou prisioneiros, e os pequenos também, eles que precisam de muito mais liberdade, estão entrando em depressão junto conosco, por que hoje não é tão raro ver psicólogos para eles.

Estão se tornando adultos em miniatura, e não podemos fazer nada para impedir isso, é a evolução, por mais que possamos falar mal dessa tal “evolução” não vivemos sem ela, e nem queremos ficar sem ela, agora mesmo estamos em frente a uma tecnologia que nos permite esse espaço para podermos nos expressar, não podemos ser hipócritas e dizer que sem a tecnologia as coisas seriam melhores, o grande problema são as conseqüências de tudo isso, onde isso vai nos levar?

O futuro dessas crianças é preocupante, nós que tivemos uma infância mais “normal”, somos estressados, neuróticos, depressivos, entramos em crise por qualquer coisa. Imagina esses futuros adultos? Esse é um tema a ser levado em conta, sabemos que não podemos mudar, é nadar contra a correnteza querer impedir isso, mas muitas vezes nadar contra a correnteza nos leva a lugares muito melhores.

Por que se sujar faz bem.




Paulo Fernando

24 comentários:

Fábio Ventura disse...

Nisso tudo a única coisa que me preocupa é a sexualização das crianças. Tudo está acontecendo muito rápido nesse sentido. Eles estão tranzando aos 10 anos. Isso não é legal. É preciso ser criança, brincar e agir como crianças. Com relação aos outros assuntos eu concordo "que se sujar faz bem" rs. Abraços

Anônimo disse...

O que isso ninguem consegue tranzar com 10 anos...
Isso é Humaamente IMPOSSIVEL.
Talvez com 12

+ OMO Me lembra EmO e Emo é muito ruim...

Porisso prefiro a propagando da ''MoMbIJU''.. ''Me aperta me cheira me chama de Mombiju''..

Ainda por cima... o cara que faz a propaganda.. não o reinaldo.. o outro.. aquele velho é o cara que mais apareceu em propagandas.. ele esta no guines...!!!

Anônimo disse...

O que isso ninguem consegue tranzar com 10 anos...
Isso é Humaamente IMPOSSIVEL.
Talvez com 12

+ OMO Me lembra EmO e Emo é muito ruim...

Porisso prefiro a propagando da ''MoMbIJU''.. ''Me aperta me cheira me chama de Mombiju''..

Ainda por cima... o cara que faz a propaganda.. não o reinaldo.. o outro.. aquele velho é o cara que mais apareceu em propagandas.. ele esta no guines...!!!

Gabrielle disse...

As crianças de hoje não tem infância. E isso reúne vários motivos, como a violência nas ruas que as impedem de brincar livremente, a possibilidade de desfrutar da tecnologia, a vontade de crescer aos 12 anos e fazer coisas que adultos fazem, os desenhos animados que já não são mais os mesmos, enfim, muita coisa.
Eu nasci nos anos 90, onde muitos brinquedos diferentes estavam bombando. Tive muitas coisas eletrônicas, mas também fui uma criança que brincou na rua, jogou bola, andou de bicicleta e que teve espírito coletivo. Acho que deu pra alterar entre ficar em casa e na rua.

É isso.
Beijooo!

Dan disse...

Temos que nso preocupar mesmo
A TV e a globalização tomam conta de suas cabecinhas, adultos mirins cada vez mais isolados

Gostei do texto e do blog
:)

O Sibarita disse...

Olá meus camaradas!

Pô vocês são retados mesmos! Esse tema é de suma importância nessa era de globalização e tecnólogias ao alcance das mãos.

Sim, as crianças de hoje, por conta disso tudo se tornam e crescem egoístas sem nenhum senso de coletividade e solidariedade, isso, sem falar que já não ouvem uma estória, já não lêm um livro, uma revista infantil.

As velhas brincadeiras de pular corda, jogar amarelinha, correr picula, guerrou, etc... foram deixadas para trás tudo em nome da modernidade, dos games e por ai vai!

Ao final disso tudo ai teremos um pais de jovens sem engajamentos politicos com a máxima: "Farinha pouca, meu pirão primeiro!"

Valha-me Deus! kkkk

Obrigado pelas palavras no Sibarita, voltem sempre...

abraços
O Sibarita

Celeste Garcia disse...

Sabe, eu acho que sou uma dessas crianças das quais você falou. Nunca fui de subir em árvores, nunca joguei Bets (aliás, o que é isso?! o.õ) e nem nunca brinquei na rua. Infância infeliz? Claro que não, eu gostava de ficar no meu cantinnho, pensando na morte da bezerra...
Desde cedo, eu não curtia muito sujeira – é, eu era fresca pra dedéu...- não ia muito bem em esportes coletivos e por isso sempre preferia brincar individualmente ou com poucos amigos.
Realmente, acho que os excesso de propaganda induz a criança ao excesso de consumismo e supervalorização do ‘ter’; mas ter pais que eduquem a criança é o que faz a diferença. Tudo bem que não sou um ‘exemplo a ser seguido', mas vejo que comprar não nos engrandece em nada e parte desse ponto de vista, me veio justamente com as ações de meus pais e experiência própria.

Bruno Oliveira / Paulo Fernando disse...

Venho agradecer os comentarios e dizer realmente que a sexulidade infatil é um tema muito interessante que eu não citei, mas foi muito bem lembrado pelos colegas blogueiros. Valeu mesmo.

Paulo Fernando

Fernando Ramos disse...

Olá, Paulo Xará! rs,

Cara, isso é uma das "maravilhas" que a globalização proporciona e cria, como caras igual eu. Explico:

Na minha infância brinquei de polícia e ladrão, joguei bete, pique-esconde etc etc etc. Mas também cheguei a ficar quatro dias sem tomar banho por conta de um Super Nintendo.

O que a falta desses hábitos faz com a molecada? Os transforma em nerds. Crescem conversando sobre os detalhes daquele jogo, do programa de computador e pronto: mais um moleque que tem que correr atrás de literatura, cinema e outros afins quando for mais velho. Isto é, se ainda tiver interesse.

Mas isso ainda não é o pior, meu querido Paulo Xará. O pior mesmo é perder a virgindade aos dezoito, além de levar porrada o resto da vida, já que nunca aprendeu a brigar quando criança.

Bom ensaio!

Abraços!

P.S.: descordo sobre o fato do Play Station. A molecada não é egoísta quanto aisso. Todos se relacionam e inclusive, os Play Station II e o III têm como jogar em rede. O problema é a molecada ficar dentro de casa o tempo todo.

Diogo França disse...

Gostei do texto e do Blog!

Hoje é mais díficil mesmo, antes com 10 ou 12 anos ainda brincava com a galera de algumas das brincadeiras citadas, super saudaveis, hoje vejo uns com 12 anos dançando Funk, em festinhas de escola, aprendendo a furtar alguma coisa e fazendo o trabalho sujo de "aviãozinho". Tristes Dias.

Mas Deus há de mudar!
Sejamos nós referências para os que estão vindo!

"Ensina a criança no caminho em que deve andar e Ela jamais se desviará dele" Prov. 22:6

Deus Abençoe!
Voltarei mais vezes!

Raphael Scire disse...

Retribuindo a visita!

Acredito que não é o capitalismo que transforma as crianças, mas sim a evolução. A comodidade é muito mais fácil para os pais e isso faz com que as crianças também ajam como seus espelhos.

De resto, pretendo passar mais por aqui!

abraço,

Raphael

Bruno Oliveira / Paulo Fernando disse...

Respondendo ao Fernando - xará, o playstation foi apenas um exemplo decenas que eu já presenciei e vivi, mas não discordo que muitas crianças se reunem para jogar etc etc, etc. Eu já quantas vezes me reunia para jogar com meu colegas, mas também já vi muitas pessoas serem despresadas e humilhadas nas casas dos amigos por causa dessa maquina. Veleu por expressar suas ideias, gosto disso.

Paulo Fernando

Anônimo disse...

Primeiramente... Gostei muito do seu blog também.

Agora, voltando ao assunto:
Realmente... Eu tenho exemplos disso aqui na minha casa.
Minha prima de 8 anos ainda não sabe andar de bicicleta mas sabe TUDO sobre um joguinho no playstation 2 dela.

Eu, com os meus 16 anos nas costas, ainda brinco de esconde-esconde (no cinema... é meio maluco mas é divertido.)! E ela só quer saber de orkut, padrinhos mágicos, malhação e playstation. SÓ ISSO.
E eu sei que na minha época, não era assim mesmo. Com 8 anos eu adorava brincar de Barbie e ir pra casa dos meus amigos de bicicleta, patins, patinete...

Mas como aquele clipe "Filtro Solar" diz: "Aceite certas verdades inescapáveis: os preços vão subir, os políticos vão saracotear, você também vai envelhecer. E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era jovem os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes e as crianças respeitavam os mais velhos."

Sinceramente? Não quero nem imaginar a próxima geração.

abraços,
Júlia Taddeo

Leleski disse...

Olha a Jú aí em riba, que beleza. :3

Mas sim... A Jú é a parte bonzinha da amizade. Eu sou a empata-foda. Veja bem, concordo plenamente com cada vírgula da postagem, mas, chata como sou, precisava dizer...
Esse comercial é ridículo! Diabos! Como um sabão em pó quer vender a imagem de que sujar-se faz bem? Ora, sendo assim, para quê sabão em pó?

Ok, passou.

Lena, muito prazer. :*

Bruno Oliveira / Paulo Fernando disse...

Mas na verdade eles incentivam as crianças se sujarem para que as mães tenha que comprar mais sabão em pó...é markiting...uAHuAHHAUAHuhuHAu

Não, mas é uma mensagem bem positiva, não tem muita logica, porém é necessario.

Rodrigo Dias disse...

Antes de tudo, obrigado pela visita. Como todo dono de buteco, "volte sempre".

Agora, com relação ao tema, a culpa não é do capitalismo. A culpa é dos pais. QUem é que tem o poder de dar video-game, celular, e qualquer coisa que não tínhamos há menos de uma década? Os pais, lógico.

O capitalismo tem seus defeitos, assim como todos os sistemas anteriores. São todos utópicos e a gente tem que achar a melhor maneira de viver nele. Infelizmente, os pais preferem dar esses brinquedos tecnológicos porque, muitas vezes, têm de trabalhar para sustentar a casa.

Sei que fui contraditório no parágrafo anterior, mas é que temos os dois extremos, e precisamos analisá-los de formas única e não generalizadas.

Com relação à sexualização, comentada por alguém aí em cima, também é culpa dos pais, que não impõem limites. Dão as roupinhas da moda - shortinhos e mini-blusas-levanta-peito - e ficam felizes em verem suas filhas rebolando até o chão. Caso a criança seja um guri, tem aquela de "se não trepou ainda é viado".

Resumindo: a culpa é, em sua maioria, dos pais.

Abraço e sucesso com o blog.

Celeste Garcia disse...

Ói eu de novo.. hoho
No último comentário, você elogiou tanto meu blog e eu nem te respondi, né. Desculpa :~

Acho que ainda falta muito - muuuuuito- pra eu ser uma 'excelente jornalista'. Mas também acho que este 'mundo blogueiro' vai me ajudar neste caminho; ainda mais já tendo leitores como vocês, é sério!

E sempre darei uma 'fuçada-comentada' aqui, pode deixar.

Diogo França disse...

Opa mais uma vez aqui!
te indiquei ao selo:
"É um Blog muito bom sim Senhora"
que tbm recebi como prêmio!

Abração.
Deus Abençoe!

Bruno Oliveira / Paulo Fernando disse...

Valeu pela força, elogios e sugestões...

O Sibarita disse...

Meus camaradasm desde ontem já é carnaval na Bahia! O Coro come!

abraços,
O Sibarita

Bruno Oliveira / Paulo Fernando disse...

Ah Paulo, só pra você não chiar mais, kkk, brincadeira...

Ta ai o seu belo comentário.

hehehehe

Bruno Oliveira

Kari disse...

Achei o blog de vocês e não pude deixar de ler e de gostar desse ambiente tão agradável que é esse blog.

Um texto muito bom, e uma ótima reflexão!!!!

Já pensei muito sobre isso, sobre o fato da tecnologia ser algo bom ou ruim... Sim, ela é boa para muitas coisas, não se pode negar. Mas ela tornou o ser humano mais individualista e egoísta.
Quando vejo um grupo de adolescentes, estão todos conversando, mas cada um com seu fone de ouvido, cada um no seu mundo. Ou ás vezes, o papo, como você disse, é apenas pelo msn.
Não vejo mais as crianças brincando de coisas tão legais, como jogar futebol na rua ou numa praça, brincar de ciranda, andar de bicicleta pelo quarteirão... Brincadeiras tão boas, tão inocentes e impossíveis de se fazer sozinho.

Já vi essa propaganda do OMO milhares de vezes, mas nunca a tinha pensando dessa forma. Agora, sempre que a assitir, estarei vendo tudo com outros olhos.

Beijos

Roberta A. Mondadori disse...

Não se desespere voltei! Muitos parentes e muita coisa pra faze, fiquei sem tempo de comentar nos blogs, fiz as indicações e agora voltei à vida!

Eu pretendo postar algo parecido no meu blog, faz algum tempo que deixei salvo, mas ainda não coloquei na net, deixarei pra depois... poderão ver o que penso sobre o assunto!

Anônimo disse...

Eu sou criança e nao fico só no computador eu brinco de baby alive monster high barbie littlest pet shop...ps:só tenho 9 anos.